segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Diante das vagas do mar

Diante das vagas do mar, sinto uma embriaguez de felicidade me invadir a alma.
Ao mesmo tempo, livre e receosa por conquistar tal liberdade, não sei o que fazer com ela.
Durante a vida inteira, minha âncora esteve acorrentada e segura ao porto.
Meu barco navega solitário durante a viagem. Só existe o marulhar das ondas lá fora.
Aqui dentro, tudo é silêncio.
O meu grito surdo e branco se cala na minha garganta.
É grande a opressão das vagas do mar contra minha frágil embarcação.
Como suportar a violência dos afagos do mar, que tão ansioso está por me tragar e me levar à destruição?

domingo, 5 de outubro de 2008

Grito

O grito que está sufocado na garganta
O peso morto no meu peito
A dor de ser nesse tempo inexorável.

Quero me perder no silêncio da minha morte
Lançar-me em seus braços fortes
Ser protegida contra a escuridão da vida.

Os dias se arrastam indefinidamente
Prolongando o meu martírio terreno
Quando chegará a hora da libertação?